domingo, 14 de abril de 2013

Capitulo 52


Narrado por Luan

Juliana me acompanhava no show de hoje a noite, em São Paulo. nossa relação estava meio estranha, e por isso acabei chamando ela pra ir comigo quando vi que ela estava mal com tudo. Eu amava ela demais, mas estava confuso. Não era culpa dela, mas desde minha conversa com a equipe, o clima ficou estranho entre todos, eu me sentia sozinho e por isso me perguntava se realmente isso tudo valia a pena. Idiota e imaturo, eu sei. A verdade era que meu trabalho estava pesando, e eu não me sentia bem com isso. Comecei a ver como empecilho tudo que antes via como somente um obstáculo na nossa relação. A distancia, meus ciúmes, não poder estar sempre ao lado dela, a correria, e o fato de ter que conviver com a ideia de que tínhamos perdido uma criança e com o medo dela querer ser mãe novamente. Eu não sabia o que estava me afastando dela, mas eu sentia que não era falta de amor, eu só estava confuso com todos aqueles sentimentos em mim e tentava organiza-los, precisava de um tempo meu, desde que ela apareceu, fui fazendo as coisas e nem parei pra pensar sobre o efeito de tudo, sobre o que pensava das coisas, fui fazendo. Fiz questão de tratar ela bem, depois de tanto tempo sem prestar atenção no que ela sentia, eu vi que ela me queria perto, precisava de mim. Mas eu também precisava de mim. A equipe, como se era de se esperar, tratou Juliana muito bem. Durante o show, Juliana ficou um pouco irritada comigo. Entrou uma mulher bonita no camarim, e quando ela saiu, eu e Rober fomos comentar, e por capricho do destino ou da minha má sorte mesmo, Juliana entrou e escutou. 
- Gostosa. - Roberval disse. 
- Muito cara, muito! 
- Eu pegava. 
Comecei a rir. 
- Perguntou se ela vai te querer testa? - Rimos. - Mas eu também pegava fácil cara.
Quando escutamos a porta do camarim bater, Rober me olhou estranho e foi até a porta, voltou dizendo: 
- Era a Juliana cara, ela ouviu. Certeza! 
- Por que isso só acontece comigo? - Passei a mão no cabelo rindo. - Me ferrei. 
- É, se ferrou. Ela é brava cara. 
- Juliana? Brava? Apelido. - Ri. 
- Não vai atras dela? - Ele mexia na maquina fotográfica. 
- Eu? Não sou louco. Ela deve estar me xingando, espera se acalmar. 
Depois, atendi a imprensa e entrei no palco. Não cheguei a ver Juliana antes, mas na hora do show ela estava lá ao lado. Em alguns momentos, em que olhava pra ela enquanto cantava, ela estava chorando. Na troca de roupa, vi ela somente quando estava entrando no palco, correndo, ao passar por ela, lhe dei um beijo e voltei ao palco. Quando fomos sair do show, que era numa casa noturna de São Paulo, estávamos na mesma van da banda. Juliana estava conversando com Marla e Day, mas e sentou ao lado delas, mas eu chamei ela pra sentar ao meu lado, e ela veio. Passei meu braço por cima do ombro dela, no banco que estávamos não tinha ninguém. 
- Por que você estava chorando? 
- Nada. - Ela não me olhava. 
- Nada? Se é pelo que você ouv...
- Luan, esquece isso ta bom? 
Ela ficou evitando me olhar e depois começou a querer chorar. 
- Ju... 
- Me deixa. - Ele limpou uma lagrima que caiu. 
- Não faz assim. 
Juliana começou a chorar mais e me abraçou de lado, escondendo seu rosto no meu pescoço.
- Você está sensível né? 
Ela não me respondeu. 
- Ju? Está melhor? - Marla falou e todos olharam. 
- Melhor? - Perguntei acariciando os cabelos dela.
- É, ela não estava se sentindo muito bem. Passou mal no camarim. 
- Amor? - Ela ainda chorava agarrada ao meu pescoço. - Juliana, você ta sentindo alguma coisa? - Comecei a me preocupar. 
Desde que pensei que podia perde-la, naquele hospital, eu entrava em desespero de imaginar ela sentindo algo. 
- Eu to bem. - Ela respondeu baixo. 
- Quer ir no hospital? 
- Não. 
- Quando eu falar com você, responde Juliana.
Ninguém disse nada, só perguntaram se eu iria pra balada com eles, mas pedi pra me deixarem no hotel com Ju. Ela ainda chorava e eu não sabia o que fazer. 
- Lu? 
- Oi! 
- Vai com eles? 
- E te deixar sozinha nesse estado? Nunca Juliana. 
- Me deixa no apartamento do Gi. 
- Não Juliana. 
- Por favor. 
- Vai dormir lá? 
- Posso? - Ela ainda escondia o rosto. 
- Pode né, mas eu não queria. 
- Por que? 
- Por que você está chorando Juliana, ta me deixando desesperado. 
- Desculpa. 
Eu não disse mais nada, pensava no pedido dela. Talvez ela quisesse ficar sozinha um pouco, sem mim. 
- Sabe se ele está lá? 
- Eu ligo. 
- Ligue. 
Ela se afastou do meu pescoço, minha blusa estava toda molhada. Pegou sua bolsa e dela tirou o celular. Discou alguns números e logo começou a falar com ele, baixo. Quando desligou eu mesmo perguntei se ele estava em casa. 
- Sim, ele está. 
- Quer mesmo ir? 
- Quero. - Sequei as lagrimas dela com a mão. 
- Vou pro hotel, ta bem? 
- Não, quero que vá com o pessoal. 
- Ju...
- Eu quero, vai se divertir. - Ela sorriu. - Só não esquece de mim. 
- Nunca. - Abracei ela. 
- E suas roupas? 
- Amanhã eu volto com você, antes de ir embora, eu volto. 
- Vai dormir com essa roupa? 
- Eu pego uma dele, não se preocupa com isso. 
Pedi pra desviarem o caminho, Juliana explicou onde era. Em pouco tempo estávamos lá. Desci, e só fui quando abriram o portão e ela entrou, me dando um beijo delicado. Passei o o caminho até a boate pensando no que realmente acontecia entre nós. 

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